Aposentadoria mista é um termo que vem ganhando mais espaço entre os trabalhadores brasileiros, principalmente aqueles que passaram parte da vida no campo e parte na cidade.
Em 2025, com as atualizações do INSS, essa modalidade segue sendo uma excelente alternativa para quem tem tempo de contribuição tanto como segurado urbano quanto como trabalhador rural.
Muita gente não sabe que pode somar os dois períodos, o tempo que trabalhou na roça e o tempo que contribuiu na cidade, e garantir a aposentadoria. É justamente essa possibilidade que torna a aposentadoria mista tão importante hoje.
O que é aposentadoria mista?
A aposentadoria mista, também chamada de aposentadoria híbrida, é uma forma de beneficiar pessoas que tiveram uma vida de trabalho dividida entre atividades rurais e urbanas.
Ou seja, quem trabalhou na lavoura, como agricultor ou boia-fria, por um tempo da vida, e depois passou a atuar na cidade com carteira assinada ou como contribuinte individual, pode juntar tudo isso no pedido de aposentadoria.
A grande vantagem é justamente essa união de tempos. Antes da criação dessa modalidade, muitas pessoas que trabalharam no campo na juventude e depois vieram para a cidade acabavam com dificuldades de completar o tempo mínimo exigido. Agora, isso mudou.
Como ficou a aposentadoria mista em 2025?
Com as mudanças no INSS, a aposentadoria mista continua sendo permitida, mas com algumas exigências que precisam ser bem observadas.
A principal delas é o tempo mínimo de contribuição, que segue a regra da aposentadoria por idade urbana. Veja como está funcionando em 2025:
- Mulheres: 62 anos de idade e pelo menos 15 anos de contribuição (180 meses);
- Homens: 65 anos de idade e pelo menos 15 anos de contribuição (180 meses).
Nesses 15 anos, pode-se incluir o tempo rural e o tempo urbano, desde que todos os períodos estejam devidamente comprovados.
Como comprovar o tempo rural?
Essa é uma das dúvidas mais comuns. Para que o tempo de serviço rural conte na aposentadoria mista, é necessário apresentar documentos que provem a atividade. Esses documentos variam bastante e podem incluir:
- Declarações de sindicato rural;
- Contratos de venda de produtos agrícolas;
- Notas fiscais em nome do trabalhador ou da família;
- Certidão de nascimento dos filhos com profissão “lavrador” dos pais;
- Histórico escolar em escolas rurais;
- Fotos, registros em associação comunitária ou declaração de vizinhos.
O importante é mostrar que a atividade rural realmente existiu e foi exercida de forma contínua e habitual, mesmo que não tenha havido contribuição formal ao INSS nesse período.
Quem pode se beneficiar com essa modalidade?
A aposentadoria mista é indicada principalmente para pessoas que:
- Trabalharam na roça, seja como agricultor familiar ou trabalhador rural;
- Depois mudaram para a cidade e passaram a contribuir com o INSS;
- Estão perto de completar a idade para a aposentadoria por idade urbana;
- Têm dificuldade de completar o tempo total de contribuição apenas com o período urbano.
É muito comum entre pequenos produtores rurais, boias-frias, trabalhadores sazonais e outros perfis que tiveram uma vida de trabalho diversa, passando por diferentes regiões e tipos de ocupação.
A carência mudou?
Uma dúvida frequente em 2025 é sobre a carência. Ela continua sendo de 180 contribuições mensais (ou seja, 15 anos), mesmo na aposentadoria mista. A diferença aqui é que o tempo rural também pode contar para a carência, desde que tenha ocorrido antes de 1991.
Se a pessoa exerceu atividade rural após essa data, será necessário comprovar também o recolhimento das contribuições, o que nem sempre é fácil.
Preciso contratar um advogado para dar entrada?
Não é obrigatório, mas pode ser uma boa ideia, especialmente se você tiver dificuldades para reunir os documentos ou se houver dúvidas no seu cadastro no INSS.
O processo de aposentadoria mista envolve documentos de diferentes períodos e perfis de trabalho, o que exige um olhar mais atento na hora da análise. Em muitos casos, um advogado previdenciário pode ajudar a organizar tudo de forma mais segura.
Vale a pena esperar mais tempo para pedir?
Essa é uma escolha pessoal. Em alguns casos, vale sim esperar mais alguns meses para completar o tempo de contribuição ou melhorar o valor do benefício.
O cálculo da aposentadoria em 2025 leva em conta a média de todos os salários desde 1994. Ou seja, quanto mais tempo você contribuir, e com salários maiores, melhor pode ser o valor final.
Mas é importante lembrar que o tempo rural normalmente não entra na conta do valor do benefício, servindo apenas para completar o tempo mínimo. Por isso, é bom simular no Meu INSS ou pedir ajuda profissional antes de tomar a decisão.
A aposentadoria mista continua sendo um caminho possível
A aposentadoria mista segue sendo uma alternativa valiosa para quem teve uma vida de trabalho dividida entre o campo e a cidade.
Mesmo com as novas regras do INSS em 2025, ela permanece acessível, desde que a pessoa saiba o que precisa apresentar e como reunir a documentação certa.
O importante é não se deixar desanimar pela burocracia. Com informação e um pouco de paciência, é possível sim conquistar esse direito e, mais do que isso, fazer valer toda uma trajetória de esforço e dedicação ao trabalho.
