Burnout, abuso de drogas e tentativa de suicídio são reconhecidos como doenças ocupacionais

doenças ocupacionais

Doenças ocupacionais foram expandidas devido a demanda crescente do SUS em atender trabalhadores que passaram por situações que vão desde acidentes à piora de transtornos mentais.

O Ministério da Saúde anunciou recentemente uma significativa atualização em sua lista de doenças relacionadas ao trabalho, foram inseridas nesse rol 165 novas patologias. A medida, que visa ampliar o entendimento sobre os efeitos do ambiente profissional na saúde, revela uma realidade alarmante: entre 2007 e 2022, quase 3 milhões de casos de doenças ocupacionais foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Síndrome de Burnout: uma realidade conhecida

Entre as adições mais notáveis à lista, destaca-se a inclusão do burnout, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional. O Ministério da Saúde descreve o burnout como um esgotamento decorrente de fatores psicossociais relacionados à gestão organizacional, ao conteúdo das tarefas do trabalho e às condições do ambiente corporativo.

Essa adição ressalta a crescente preocupação com a saúde mental dos trabalhadores, reconhecendo os impactos profundos que o ambiente de trabalho pode ter na vida das pessoas.

Ampliação dos Transtornos Mentais: Álcool, Drogas e Suicídio

A lista atualizada também ampliou a inclusão de transtornos mentais, abrangendo desde o abuso de álcool até transtornos relacionados ao uso de substâncias como sedativos, canabinoides e cocaína. Além disso, transtornos como ansiedade, depressão e tentativa de suicídio agora são reconhecidos como patologias que podem resultar do estresse psicológico vivido no trabalho.

Essa expansão reflete a compreensão crescente da interconexão entre saúde mental e ambiente de trabalho, reconhecendo que as pressões profissionais podem desencadear problemas significativos.

Covid-19 no Ambiente de Trabalho: Uma Nova Adição Preocupante

Uma adição inesperada à lista é a inclusão da Covid-19 como uma patologia associada ao trabalho, caso o vírus tenha sido contraído no ambiente corporativo. Isso destaca a importância da saúde ocupacional em um mundo pós-pandêmico e levanta questões sobre as condições de trabalho durante crises de saúde pública.

Doenças Ocupacionais e o SUS

O SUS atendeu cerca de 3 milhões de casos de doenças ocupacionais entre 2007 e 2022, destacando a magnitude do problema. A maior parte das notificações foi relacionada a acidentes de trabalho graves, seguidos por exposição a material biológico, acidentes com animais peçonhentos e lesões por esforços repetitivos (LER).

A atualização da lista, que passa a valer após 30 dias da publicação da portaria, busca facilitar o diagnóstico e o estudo da relação entre o adoecimento e o trabalho. No entanto, é importante ressaltar que atestados e afastamentos continuam a ser avaliados individualmente.

Repensando a Saúde Ocupacional

O reconhecimento de novas doenças relacionadas ao trabalho é um passo importante na busca por ambientes de trabalho mais saudáveis. A sociedade precisa continuar promovendo discussões sobre o equilíbrio entre produtividade e bem-estar, garantindo que o trabalho seja uma fonte de realização, e não um gatilho para doenças físicas e mentais. Esteja atento à sua saúde, e lembre-se de que o cuidado com os trabalhadores é essencial para construir uma sociedade mais saudável e equilibrada.

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