Racismo: CNJ Lança Painel Inovador de Acompanhamento de Processos Sobre Racismo

Em um movimento pioneiro, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidido pelo Ministro Luís Roberto Barroso, introduziu um painel de acompanhamento de processos relacionados a crimes de racismo em todo o Brasil.

Este lançamento, oficializado nesta terça-feira, reflete um esforço nacional para enfrentar as disparidades raciais dentro do sistema judiciário.

Dados Reveladores

Segundo informações da Agência Brasil, o painel apresenta um total de 11.620 casos de racismo em andamento, com a Bahia liderando com impressionantes 4,9 mil ações.

A ferramenta não apenas destaca as regiões com maior número de casos, mas também oferece uma visão detalhada do perfil das vítimas e dos acusados, sublinhando uma predominância de mulheres entre as vítimas (56,5%).

Equidade Racial na Magistratura

Durante a abertura da sessão do CNJ, foi destacada a predominância de uma magistratura majoritariamente branca.

Os dados coletados pelo painel indicam que apenas 13,2% dos magistrados são negros, um número que ilustra o déficit de representatividade no judiciário brasileiro.

Além disso, o CNJ em parceria com a iniciativa privada, levantou cerca de R$ 7 milhões para financiar 750 bolsas de estudo destinadas a candidatos negros no Exame Nacional da Magistratura (Enam).

Impacto Tecnológico e Social

Desenvolvido em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o painel utiliza a tecnologia Business Intelligence (BI) para fornecer uma visão abrangente e interativa dos dados judiciais.

Estruturado em três abas, o painel não só acompanha os casos de racismo, mas também monitora a diversidade racial entre os funcionários do judiciário e avalia o desempenho dos tribunais em iniciativas de equidade racial.

Compromisso com a Diversidade

O lançamento do painel faz parte de uma série de esforços do CNJ para promover a equidade racial, incluindo o Pacto Nacional do Poder Judiciário pela Equidade Racial.

Karen Luise Vilanova Batista de Souza, gestora do Pacto e juíza auxiliar da Presidência do CNJ, afirma que a ferramenta representa um avanço significativo na transparência e na promoção da diversidade dentro do Judiciário.

Este esforço está alinhado com as metas do Programa Justiça 4.0, que busca otimizar a eficiência e acessibilidade dos serviços judiciais através da tecnologia.

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