Um estudo recente realizado por pesquisadores chineses revelou que o tratamento de reposição hormonal durante a menopausa pode retardar o envelhecimento biológico, principalmente quando administrado no momento adequado. A pesquisa, publicada na revista científica Jama (Journal of the American Medical Association), destaca que essa terapia tem um impacto positivo na qualidade de vida.
De acordo com o estudo, que analisou dados de mais de 110 mil mulheres com idade média de 60 anos, coletados entre 2006 e 2010 no banco de dados britânico UK Biobank, aquelas que iniciaram a terapia hormonal aos 55 anos ou mais apresentaram um envelhecimento biológico mais lento. O tratamento demonstrou resultados promissores ao reduzir alterações cardiovasculares e neurológicas, decorrentes da redução do estrogênio, hormônio cuja falta pode afetar esses tecidos.
No entanto, a pesquisa também aponta algumas limitações. Um dos principais pontos levantados foi o fato de os dados terem sido baseados em relatos pessoais das participantes, o que pode introduzir imprecisões. Além disso, o acompanhamento de longo prazo do envelhecimento dessas mulheres não foi realizado, o que limita as conclusões sobre os benefícios da terapia ao longo da vida. Outra questão levantada é a dificuldade de generalizar os resultados para outras populações, já que o estudo foi conduzido com mulheres britânicas, predominantemente brancas, e não considerou as variações genéticas presentes em diferentes partes do mundo.
Terapia hormonal e longevidade
Em complemento ao estudo chinês, outra pesquisa publicada na revista BMC Women’s Health reforça que iniciar a terapia hormonal nos primeiros anos após a menopausa pode contribuir para a longevidade das pacientes. Essa meta-análise, que incluiu 33 estudos com mais de 44 mil mulheres, demonstrou que o tratamento foi capaz de melhorar a dilatação arterial, fator importante para a saúde cardiovascular.
No Brasil, um estudo conduzido por pesquisadores de Minas Gerais revelou que a idade média da menopausa natural entre as brasileiras é de 50 anos. A pesquisa, que envolveu mais de 2,7 mil mulheres, identificou que o tabagismo e o baixo peso estão entre os principais fatores que podem acelerar a chegada dessa fase, enquanto o sobrepeso, a prática de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada podem ajudar a retardá-la.