Motoristas e entregadores são empreendedores?
O Executivo busca um consenso para regulamentar o trabalho por meio de aplicativos, enquanto o Judiciário debate sobre o assunto – que ainda não está totalmente pacificado, mesmo no campo trabalhista. Desde o início do ano passado, o Ministério do Trabalho e Emprego tem coordenado grupos de trabalho com representantes dos motoristas e das empresas. O ministro Luiz Marinho chegou a anunciar que um entendimento estava próximo, mas até o momento o acordo não foi alcançado.
Moraes enxerga os motoristas de aplicativos (sejam eles de entrega ou transporte) como pequenos empresários. Segundo o juiz, essa perspectiva tem sido contestada em instâncias judiciais trabalhistas e até mesmo pelo governo. De acordo com essa visão, esses profissionais têm o poder de recusar ou aceitar corridas, determinar seus próprios horários de trabalho e estabelecer mais de um tipo de vínculo empregatício.
Cristiano Zanin também expressou sua opinião de que a Justiça do Trabalho não levou em consideração os precedentes estabelecidos pelo STF. Ele argumenta que essa relação não se encaixa nos moldes tradicionais da legislação trabalhista (CLT), mas talvez exija uma regulamentação específica. A ministra Rosa Weber, embora tenha seguido o relator, demonstrou preocupação com a ausência de garantias de direitos sociais previstos na Constituição, como a seguridade social, no contexto da “uberização”.
Fonte: Rede Brasil