Sofrer um tombo nunca é algo que esperamos. Em um momento estamos caminhando e, no outro, estamos no chão, com dor e assustados. Quando vamos ao médico e recebemos um atestado com o CID queda da própria altura, a cabeça se enche de dúvidas.
A preocupação com a saúde se mistura com o medo de perder dias de trabalho ou ter o salário descontado. Afinal, um simples tropeço pode causar lesões sérias que nos impedem de cumprir nossas tarefas diárias e garantir o sustento da casa.
Então, este artigo foi feito para te acalmar e explicar seus direitos. Vamos conversar sobre o que esse código significa, quando ele garante que você fique em casa se recuperando sem prejuízo financeiro e como lidar com o INSS nessa situação.
Entendendo o que o médico escreveu: o CID queda da própria altura
Primeiro, vamos traduzir esse código. Quando o médico anota CID queda da própria altura (geralmente o código W18 na tabela internacional), ele está explicando para o INSS como você se machucou.
Ele está dizendo que você não caiu de uma escada ou de um andaime, mas sim do nível do chão. Isso é muito comum. Pode ser um escorregão no piso molhado, um tropeço em um tapete ou um desequilíbrio na rua. Mas atenção: esse código explica a causa do acidente, e não o machucado em si.
Para o INSS, o que realmente importa não é apenas o tombo, mas o que ele causou. O perito vai olhar se, além da cid 10 queda da própria altura, existe outro código no atestado falando sobre uma fratura, uma torção ou uma contusão forte.

O tombo aconteceu no trabalho ou em casa?
Essa é a pergunta mais importante que você deve responder. A regra muda totalmente dependendo de onde o acidente aconteceu.
Se o seu atestado com CID queda da própria altura foi resultado de um tombo dentro da empresa, ou no trajeto de ida e volta para o trabalho, isso é um Acidente de Trabalho.
Nesse caso, seus direitos são maiores. A empresa é obrigada a emitir um documento chamado CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).
Isso garante que, se você precisar ficar afastado pelo INSS, terá estabilidade no emprego por 12 meses quando voltar. Ou seja, o patrão não poderá te demitir sem justa causa por um ano.
Agora, se a queda da própria altura cid aconteceu em casa, no fim de semana ou no lazer, o afastamento é considerado previdenciário comum. Você tem direito ao benefício se ficar mais de 15 dias parado, mas não tem a estabilidade de um ano quando retornar.
A regra dos 15 dias: quem paga meu salário?
Muitas pessoas acham que qualquer atestado já vai direto para o INSS, mas não é assim. Se o seu médico te deu, por exemplo, 10 dias de repouso por causa do CID queda da própria altura, quem paga esses dias é o seu patrão. Você entrega o papel na empresa e seu salário continua normal no fim do mês.
O INSS só entra na história se o machucado for mais sério e exigir mais de 15 dias de afastamento. A partir do 16º dia, o pagamento passa a ser responsabilidade da Previdência Social.
É nesse momento que você precisa agendar uma perícia ou usar o Atestmed (envio do atestado pela internet) para garantir seu auxílio-doença.
Quando o tombo afeta mais do que o corpo
Cair é traumático, principalmente conforme a idade avança. O susto, a vergonha de ter caído na rua ou o medo de que isso aconteça de novo podem afetar nossa mente.
Não é raro que, após um acidente físico, a pessoa desenvolva uma tristeza profunda ou medo de sair de casa.
Se isso acontecer, fique atento. Isso pode ser um quadro depressivo, identificado como CID F32. O INSS também reconhece esse sofrimento emocional como motivo para afastamento, caso ele te impeça de trabalhar. A saúde mental é tão importante quanto a física.

O que levar para a perícia do INSS?
Se o seu afastamento for longo, você passará pela perícia. O médico do INSS vai querer ver provas. Não leve apenas o atestado com o CID queda da própria altura. Leve o “filme” do acidente.
Isso significa levar o Raio-X que mostra a fratura, o ultrassom que mostra o rompimento do ligamento ou a receita dos remédios para dor. Se foi acidente de trabalho, leve a cópia da CAT. O perito precisa entender que aquele tombo simples causou um estrago real que te impede de exercer sua função.
A recuperação exige paciência
Um erro comum é tentar voltar ao trabalho antes da hora por medo de ser demitido. Se você tem um atestado com CID queda da própria altura indicando repouso, respeite.
Voltar a carregar peso ou ficar muito tempo em pé com uma lesão mal curada pode transformar um problema simples em uma dor crônica para o resto da vida.
O benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença) existe justamente para que você possa se curar com dignidade.
Resumo dos seus direitos
Para fechar, guarde isso: o tombo em si não gera benefício, mas a lesão que ele causa, sim. Se o machucado te impede de trabalhar por mais de 15 dias, o INSS deve te amparar.
Verifique sempre se o atestado tem o CID queda da própria altura junto com o código da lesão. Se foi no trabalho, exija a CAT. Se foi em casa, cuide-se para voltar bem. O sistema previdenciário serve para te segurar quando você cai, garantindo que o tombo não destrua sua vida financeira.
















