A depressão em idosos é uma preocupação crescente em todo o mundo. Reconhecida como um transtorno mental, essa condição pode levar a uma tristeza profunda e persistente, afetando diretamente o bem-estar emocional de quem a enfrenta. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com depressão. No Brasil, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2019, revelou que 13% da população entre 60 e 64 anos são afetados pela doença.
Entre os principais fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da depressão na terceira idade, destacam-se as mudanças inerentes a essa fase da vida, como alterações no ambiente familiar, luto pela perda de entes queridos e sentimentos de inutilidade. Além disso, o processo de envelhecimento traz consigo limitações biológicas, que podem dificultar ainda mais o tratamento.
O sentimento de inutilidade é apontado por especialistas como um dos principais gatilhos da depressão em idosos. A falta de valorização e a redução de atividades que costumavam desempenhar podem fazer com que se sintam excluídos da sociedade. Essa sensação pode gerar um ciclo de desânimo e desesperança, afetando negativamente o quadro de saúde mental.
O tratamento adequado é essencial para evitar o agravamento da depressão. A rede de apoio familiar desempenha um papel crucial nesse processo, sendo responsável por conscientizar o idoso sobre a doença, incentivá-lo a buscar ajuda e oferecer suporte emocional e prático durante o tratamento.
Sinais da depressão
Entre os sinais mais comuns da depressão em idosos, destacam-se a perda de interesse por atividades anteriormente prazerosas, sentimentos de desamparo e queixas frequentes, ansiedade e excesso de preocupações. Em alguns casos, pode haver também uma lentificação psicomotora, lapsos de memória, maior irritabilidade e o descuido com a própria saúde.
Os fatores que aumentam o risco de depressão na terceira idade podem ser divididos em duas categorias principais: biológicos e socioambientais. Entre os fatores biológicos, estão a redução de neurotransmissores associada ao envelhecimento, doenças incapacitantes, dor crônica, uso de medicamentos com efeitos depressivos e problemas de sono. Já os fatores socioambientais incluem a aposentadoria, que muitas vezes acarreta uma redução significativa de renda, o afastamento dos filhos, perdas de cônjuges ou amigos próximos, e o estresse causado pela vulnerabilidade associada ao envelhecimento.
Além desses aspectos, as perdas sociais e a alteração no ritmo de vida também são fatores relevantes que podem contribuir para o desenvolvimento da depressão. O isolamento social, muitas vezes resultante da saída dos filhos de casa ou da perda de contato com a comunidade, pode intensificar a sensação de solidão e desamparo.
Portanto, é importante destacar a necessidade de um diagnóstico preciso, uma vez que os sintomas da depressão podem ser confundidos com doenças degenerativas. Nesses casos, é fundamental que os familiares encaminhem o idoso a um médico especialista, como um geriatra, para uma avaliação detalhada e adequada.