Um estudo conduzido por pesquisadores em Berlim, na Alemanha, revelou que avós que convivem com seus netos têm uma redução de 37% no risco de mortalidade, prolongando suas vidas em até dez anos. A pesquisa, realizada ao longo de 19 anos, analisou a rotina de 500 pessoas com idades entre 70 e 103 anos. Esses resultados indicam que a convivência intergeracional pode desempenhar um papel importante na longevidade dos idosos.
O estudo focou em avós que não eram os principais responsáveis pelos netos, mas que mantinham uma relação saudável e lúdica com as crianças. Segundo os pesquisadores, a convivência entre avós e netos, quando não sobrecarrega os mais velhos com responsabilidades parentais, traz benefícios significativos tanto físicos quanto psicológicos para os idosos.
A pesquisa reforça a chamada “hipótese da vovó”, desenvolvida nos anos 1990, que sugere que os avós, mesmo após o término de sua fase reprodutiva, permanecem ativos e envolvidos na criação dos netos, contribuindo para a perpetuação da espécie. Esse envolvimento, de acordo com a teoria, pode ter sido crucial para a sobrevivência e o desenvolvimento das gerações mais jovens ao longo da história humana.
Benefícios físicos e psicológicos
Entre os principais benefícios destacados pela pesquisa, está o fato de que a convivência com netos oferece aos avós um propósito claro de vida, motivando-os a se manterem ativos e conectados com suas famílias. Essa interação intergeracional contribui diretamente para a saúde mental e física dos idosos, promovendo o bem-estar emocional e ajudando a evitar o isolamento social, um dos fatores que pode prejudicar a saúde na terceira idade.
Além disso, os avós relatam que o convívio com os netos os mantém em movimento, seja para acompanhá-los em brincadeiras, passeios ou em atividades familiares. Essa movimentação regular tem um impacto positivo sobre a saúde física dos idosos, ajudando a manter sua mobilidade e autonomia por mais tempo.
Importância dos limites
Apesar dos resultados positivos, o estudo alerta para a necessidade de limites claros na convivência entre avós e netos. Quando os avós assumem o papel de principais cuidadores, essa responsabilidade pode gerar estresse, prejudicando sua saúde. Por isso, é fundamental que haja uma divisão equilibrada das responsabilidades com os pais das crianças, garantindo que a relação entre as gerações continue sendo prazerosa e benéfica para todos.
E os idosos sem netos?
O estudo também levantou a questão dos idosos que não possuem filhos ou netos. Muitos desses indivíduos, de acordo com os pesquisadores, encontraram na ajuda a amigos e vizinhos uma forma de manter uma vida ativa e socialmente engajada. Ao criar laços de apoio mútuo, esses idosos também experimentaram ganhos em sua expectativa de vida, com uma média de sete anos adicionais.