CID F70: Aposentadoria por Invalidez, Auxílio-Doença e o que o INSS exige para a concessão

CID F70: Aposentadoria por Invalidez, Auxílio-Doença e o que o INSS exige para a concessão

CID F70

O diagnóstico de CID F70 traz para a família uma mistura de sentimentos, desde a busca por compreensão até a preocupação com o futuro de quem amamos. Saber que existe uma dificuldade no aprendizado é apenas o começo de uma jornada que envolve cuidados, paciência e, claro, a necessidade de apoio financeiro.

Muitas mães e pais perdem o sono pensando se esse código garante algum direito no INSS. A insegurança de não saber se o filho ou parente terá como se sustentar sozinho é uma dor real e que aperta o peito de quem cuida. 

Entendendo o diagnóstico: o que é o CID F70?

Para começar, precisamos traduzir o que o médico escreveu. Entender o cid F70 o que significa é essencial para saber o tamanho da luta que virá pela frente. Esse código refere-se ao “Retardo Mental Leve”.

Diferente dos graus mais severos, a pessoa com esse diagnóstico muitas vezes consegue conversar bem, aprender tarefas práticas e até trabalhar em funções supervisionadas. Mas isso não significa que a vida dela seja fácil ou igual a de todo mundo.

As dificuldades aparecem na escola, na hora de lidar com dinheiro, de entender regras sociais complexas ou de se adaptar a mudanças.

CID F70

As variações no laudo médico

É comum que o médico seja bem específico no papel. Você pode encontrar variações como o CID F70.1, que indica um comprometimento significativo do comportamento, exigindo vigilância ou tratamento.

Esses detalhes são preciosos. Para o INSS, quanto mais detalhado for o relatório sobre as dificuldades de comportamento e aprendizado, maior a chance de o perito entender que aquela pessoa precisa de amparo social e financeiro.

A diferença importante para o grau grave

Muitas famílias confundem os direitos e acham que tudo é igual. Mas o INSS olha com lentes diferentes. Enquanto casos mais pesados, como o CID F72 (Retardo Mental Grave), geram uma presunção quase imediata de incapacidade total, o caso leve exige mais provas.

No caso leve, o perito vai querer ver não só a doença, mas as “barreiras”. Ele vai perguntar: “Essa pessoa consegue pegar ônibus? Consegue fazer troco na padaria? Consegue ler e escrever?”. São essas respostas que definem o direito ao benefício no caso do CID F70.

O BPC/LOAS: o caminho mais comum

A grande maioria das pessoas com esse diagnóstico busca o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Ele garante um salário mínimo mensal para quem tem deficiência e vive em família de baixa renda, mesmo que nunca tenha pagado o INSS.

Aqui, o pulo do gato é a “Avaliação Social”. Não basta o médico dizer que a pessoa tem o problema. O assistente social do INSS vai avaliar se a família tem condições de sustentar e se a sociedade impõe barreiras que impedem essa pessoa de viver plenamente.

Para quem tem CID F70, provar essas barreiras é vital. Você deve mostrar que, apesar de “leve”, a condição impede que a pessoa consiga um emprego formal e se mantenha sozinha sem ajuda de terceiros.

Auxílio-doença e aposentadoria: quando é possível?

Se a pessoa com esse diagnóstico conseguiu trabalhar por um tempo (talvez em uma vaga para PCD ou em trabalhos simples) e pagou o INSS, ela entra no mundo dos benefícios previdenciários.

O auxílio-doença (incapacidade temporária) pode ser concedido se houver uma piora no quadro, como uma crise de ansiedade ou depressão associada, que é muito comum. Já a aposentadoria por invalidez é mais difícil para o CID F70 isoladamente.

O INSS costuma entender que, com reabilitação, a pessoa pode fazer trabalhos simples. A aposentadoria por invalidez costuma sair apenas se a pessoa já tiver uma idade avançada ou se tiver outras doenças associadas que, somadas ao retardo mental, tornem o trabalho impossível.

A Aposentadoria da Pessoa com Deficiência

Uma excelente notícia é a possibilidade da Aposentadoria da Pessoa com Deficiência. A lei permite que quem tem deficiência leve (o que se encaixa perfeitamente aqui) se aposente com menos tempo de contribuição e idade reduzida.

Nesse caso, o CID F70 funciona como a prova de que a pessoa trabalhou a vida toda enfrentando dificuldades maiores que os outros. É um reconhecimento justo do esforço dobrado que essas pessoas fazem para se manterem ativas.

O que o INSS exige na perícia?

CID F70

Chegar na perícia apenas com um atestado simples escrito F70 cid é um erro que pode custar o benefício. O perito precisa de história.

Leve laudos antigos (até da infância, se tiver), relatórios da escola (mostrando repetência ou dificuldades), receitas de remédios controlados e laudos de psicólogos. Se a pessoa frequenta a APAE ou instituições similares, uma declaração de lá tem muito peso.

A classificação oficial CID 10 F70 é apenas o título do livro; os documentos que você leva são as páginas que contam a história das dificuldades reais do dia a dia.

Quando o INSS nega o direito

Infelizmente, é comum o INSS negar o benefício dizendo que a deficiência é leve e não impede o trabalho. Isso gera revolta e desespero na família.

Se isso acontecer, não aceite como o fim. A Justiça costuma ter um olhar muito mais humano e detalhado. Um juiz pode pedir uma perícia com um especialista em psiquiatria e uma análise social mais profunda da casa e da vida da pessoa.

O diagnóstico de CID F70 não é uma sentença de incapacidade total automática, mas é, sim, o reconhecimento de uma condição que exige proteção social. Organize a papelada, tenha paciência e, se preciso, busque ajuda especializada de um advogado previdenciário.

Receba nossas notícias em seu e-mail. Cadastre-se agora em nossa newsletter.
plugins premium WordPress