Aposentadoria compulsória: quando acontece e como funciona

Aposentadoria compulsória: quando acontece e como funciona

Aposentadoria compulsoria

A aposentadoria compulsória é, talvez, a modalidade de aposentadoria mais carregada de sentimentos mistos. Diferente das outras, ela não nasce de um desejo ou de um planejamento pessoal, mas sim de uma imposição da lei. 

É o momento em que, ao atingir uma certa idade, o trabalhador é comunicado de que sua jornada profissional naquela função chegou ao fim, esteja ele preparado ou não. Essa obrigação de parar pode gerar uma dor real: a incerteza sobre o futuro financeiro e a sensação de que a decisão não foi sua. 

Se você é servidor público e está se aproximando dessa fase, ou simplesmente tem curiosidade sobre o tema, este artigo foi escrito para acolher suas dúvidas. Vem com a gente!

A grande diferença: para quem vale a aposentadoria compulsória?

Este é o ponto mais importante e que precisa ficar muito claro desde o início. A aposentadoria compulsória é uma regra que vale, na grande maioria dos casos, apenas para os servidores públicos

Isso inclui funcionários de prefeituras, estados, do governo federal, de autarquias e fundações públicas, além de membros do judiciário e de outros poderes.

Se você trabalha na iniciativa privada, com carteira assinada (regime CLT), essa regra não se aplica a você. 

Não existe na lei uma idade que te obrigue a parar de trabalhar. Uma pessoa pode continuar em sua função em uma empresa privada até quando se sentir capaz e enquanto houver acordo com o empregador. 

Essa informação é um alívio para muitos, mas para o servidor público, a aposentadoria compulsória é uma realidade com data marcada.

Aposentadoria compulsoria

Como funciona para os servidores públicos?

Para os servidores públicos, a regra geral, estabelecida pela legislação conhecida como “PEC da Bengala”, determina que a aposentadoria ocorra de forma obrigatória e automática aos 75 anos de idade. Ao completar essa idade, o servidor é desligado do seu cargo.

A razão para a existência dessa regra é garantir a renovação dos quadros do serviço público, abrindo espaço para novos profissionais. 

No entanto, para o servidor que se sente ativo, produtivo e que construiu sua identidade em torno da sua carreira, ser obrigado a parar pode ser um processo difícil e doloroso. 

A aposentadoria compulsória não pergunta se você ainda tem muito a contribuir; ela apenas acontece. Mesmo que a data da saída seja certa, é muito importante se planejar financeiramente. 

Utilizar as ferramentas do seu regime de previdência para simular aposentadoria vai te dar uma ideia clara de qual será o valor do benefício proporcional, evitando surpresas desagradáveis no futuro.

Como é calculado o valor do benefício?

Este é outro ponto crucial e que pode ser fonte de preocupação. O valor da aposentadoria compulsória é calculado de forma proporcional ao tempo de contribuição do servidor. Isso significa que o benefício não será, necessariamente, o valor integral do seu salário.

Imagine um servidor que ingressou no serviço público mais tarde, aos 55 anos. Ao atingir os 75 anos, ele terá 20 anos de contribuição. 

Seu benefício será calculado com base nesses 20 anos, e não no tempo total necessário para uma aposentadoria integral. Isso pode resultar em uma queda significativa na renda, um fator que torna o planejamento para a aposentadoria compulsória ainda mais essencial. 

Diferente de uma aposentadoria voluntária, aqui não há a opção de “trabalhar mais um pouco” para melhorar o valor.

A aposentadoria compulsória é baseada exclusivamente no critério da idade. Ela é completamente diferente da aposentadoria por incapacidade, que acontece quando uma condição de saúde grave, como a que leva ao diagnóstico de CID F20, impede a pessoa de continuar trabalhando, independentemente da sua idade.

Aposentadoria compulsoria

O que o servidor precisa fazer?

Em geral, o processo da aposentadoria compulsória é iniciado pelo próprio órgão em que o servidor trabalha. 

Ao se aproximar a data do aniversário de 75 anos, o setor de Recursos Humanos geralmente notifica o servidor e inicia os trâmites para o desligamento. Apesar da automaticidade, é fundamental que o servidor esteja atento. 

É o momento de verificar se todo o seu histórico de contribuições (o seu CNIS, no caso de períodos trabalhados fora do serviço público) está correto e se não há pendências que possam atrasar ou diminuir o valor do seu benefício.

Ao se aproximar da idade da expulsória, é recomendável fazer uma revisão completa do seu histórico de contribuições. 

Como um bom advogado pode ser útil nessa parte

Se você notar períodos faltando ou tiver dúvidas sobre o cálculo, a ajuda de um advogado para aposentar pode ser muito valiosa para garantir que o seu benefício proporcional seja calculado da forma mais vantajosa possível.

Como visto, a aposentadoria compulsória é uma realidade inevitável para os servidores públicos aos 75 anos. Ela representa o fim de um ciclo profissional de forma obrigatória e com um benefício calculado proporcionalmente. 

Lidar com essa transição exige preparação financeira e, acima de tudo, emocional. É o momento de olhar para a frente e planejar um novo capítulo da vida, mesmo que o ponto final no capítulo anterior não tenha sido uma escolha sua.

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