Um estudo realizado no Brasil revelou que a prática regular de exercícios físicos pode trazer inúmeros benefícios para idosos em tratamento de câncer avançado. Apresentada no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica 2024, realizado entre 31 de maio e 4 de junho, em Chicago, a pesquisa envolveu 41 pacientes com idade média de 70 anos, diagnosticados com câncer de mama, geniturinário e de pulmão.
Ao longo de 12 semanas, os participantes seguiram um programa que incluía exercícios de resistência e aeróbicos, totalizando de 3 a 5 horas semanais, distribuídas em 4 a 6 dias por semana. Os resultados foram promissores: houve uma redução significativa nos níveis de depressão e ansiedade, além de melhorias no estado físico geral, com diminuição das dores, fadiga e náusea. Os exercícios também ajudaram a mitigar os efeitos adversos do tratamento do câncer. Os novos dados servem para mudar o paradigma de que pacientes em tratamento de câncer devem permanecer em repouso.
A pesquisa, coordenada por Paulo Bergerot, oncologista do grupo Oncoclínicas, enfatiza a importância de incentivar a atividade física orientada entre os pacientes oncológicos, independentemente da idade ou estágio da doença. O estudo também destaca a necessidade de programas acessíveis e personalizados para a população idosa.
Cuidados paliativos reduzem mortes em UTIs
Outro estudo brasileiro apresentado no congresso norte-americano focou nos cuidados paliativos e sua relação com a redução no número de mortes nas unidades de terapia intensiva (UTIs) de hospitais de alta complexidade em países em desenvolvimento. A pesquisa avaliou 171 pacientes do Hospital Marcos Moraes, no Rio de Janeiro, constatando uma taxa de óbitos de apenas 38% entre os que receberam cuidados paliativos, que visam aliviar a dor e o sofrimento dos pacientes, melhorar sua qualidade de vida e fornecer apoio aos familiares.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 14% dos pacientes que necessitam de cuidados paliativos recebem essa atenção no mundo. O estudo brasileiro destaca a importância de estratégias multidisciplinares para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias em situações de doenças irreversíveis.