Se você busca saber o que é tendinose, é muito provável que já esteja cansado de lutar contra uma dor teimosa. É aquela dor no ombro, no cotovelo ou no punho, que não vai embora com um simples anti-inflamatório e que já te acompanha como uma sombra há meses, talvez anos.
A sua dor é real, e a sua frustração é totalmente compreensível. Muitas vezes, essa condição é confundida com “tendinite”, mas o seu sofrimento é diferente. Ele é mais profundo, é um desgaste.
O que é tendinose? Quebrando a grande confusão
O primeiro passo para entender seu direito é entender sua dor. Muita gente usa os dois nomes como se fossem a mesma coisa, mas a diferença é o que define a sua luta.
A tendinite é uma inflamação do tendão (a “corda” que liga o músculo ao osso). Pense nela como um “grito” de dor, algo agudo, quente, inchado, que acontece após um esforço pontual.
Já a tendinose é uma degeneração. É o desgaste. Pense nela como um “gemido” de dor. O seu tendão está puído, enfraquecido, como uma corda velha que foi usada demais.
É por isso que ela é crônica. Entender o que é tendinose é entender que seu problema não é um susto, é um cansaço do material do seu corpo.

O que é tendinose na prática?
Na prática, a tendinose dói quando você usa a articulação e, muitas vezes, a dor continua mesmo depois do repouso. Ela causa uma fraqueza notável, a sensação de que você não tem mais “firmeza” para segurar objetos ou levantar o braço.
Como é um problema de desgaste, ela é muito comum em pessoas acima dos 40 anos e em trabalhadores que fizeram o mesmo movimento por décadas: pintores, costureiras, digitadores, mecânicos, trabalhadores de linha de montagem.
O que é tendinose do supraespinhal?
Esta é a forma mais comum da doença, e talvez seja o seu diagnóstico. O “supraespinhal” é um dos principais tendões do ombro, e a tendinose nele é o que causa aquela dor terrível para levantar o braço de lado ou para dormir sobre o ombro.
Essa dor específica te impede de estender roupa no varal, de guardar louça no armário alto ou de trabalhar com os braços elevados.
O INSS vai levar a sério a minha dor?
Aqui está a sua maior angústia. “Se os exames não mostram uma inflamação óbvia, o perito vai acreditar em mim?”. Sim, ele deve. O INSS não avalia o nome da sua doença, mas a sua incapacidade.
O perito precisa entender que a sua dor, causada pelo desgaste, te impede de realizar as tarefas da sua profissão.
Não importa se a dor é aguda ou crônica; se ela te impede de trabalhar, você tem direito a um benefício. A sua missão é provar essa limitação causada pela tendinose.
O auxílio-doença: um tempo para o tendão se recuperar
O benefício mais comum para quem tem o que é tendinose é o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença). Ele é o seu direito a um “tempo para tratar”.
Ele é concedido quando a dor se torna tão intensa que te impede de trabalhar por mais de 15 dias. É o período para você fazer um tratamento sério de fisioterapia, focado em reforçar o tendão, e não apenas em aliviar a dor.
Se a sua tendinose foi causada pelo trabalho (LER/DORT), o benefício deve ser o “acidentário”, que te dá estabilidade de 12 meses no emprego após a alta.
A aposentadoria por invalidez: quando o desgaste é total
A aposentadoria por incapacidade permanente (invalidez) é uma possibilidade, mas apenas nos casos mais graves e raros de o que é tendinose.
Ela acontece quando o desgaste é tão severo que levou a uma ruptura completa do tendão, que não pode ser reparada por cirurgia.
Ou quando a doença atinge os dois ombros, por exemplo, e te impede de forma total e definitiva de trabalhar em qualquer função, sem chance de reabilitação.
A sua prova de fogo: o que levar na perícia
A perícia é o seu momento de provar a sua dor. Como a tendinose é um desgaste, a sua documentação precisa ser forte. Não basta um laudo dizendo “tendinose”.
Você precisa de exames de imagem, como o ultrassom e, principalmente, a ressonância magnética. Esses exames mostram ao perito o “desgaste”, o afinamento do tendão ou as rupturas parciais.
Leve também os relatórios de fisioterapia. Se você fez 30 sessões e a dor não melhorou, isso é uma prova forte de que seu caso é grave e crônico, e não algo simples.

A importância de um histórico de trabalho limpo
Antes de ir à perícia, é fundamental dar uma olhada no seu histórico de contribuições. O perito vai analisar se a sua profissão é compatível com a lesão que você alega.
Verificar se todos os seus empregos estão listados corretamente no CNIS do INSS é crucial. Se o seu trabalho como pintor, que causou a sua tendinose, não estiver lá, isso pode enfraquecer o seu pedido de benefício acidentário.
Quando o “não” do INSS não é o fim da linha
É muito comum que o INSS negue o pedido de quem tem o que é tendinose, justamente por confundir com uma dor passageira. Se isso acontecer, não desista. Esse “não” é apenas o começo da luta.
É nesse momento que a ajuda de profissionais especializados faz toda a diferença. Os advogados previdenciários sabem como funciona o sistema e entendem a diferença entre uma dor aguda e uma dor de desgaste.
Eles podem te ajudar a entrar com um recurso ou, o que costuma ser mais eficaz, levar o seu caso para a Justiça.
Lá, um perito judicial, especialista em ortopedia, fará uma análise muito mais justa e detalhada do seu caso. A sua dor é real, e a luta pelo seu direito também é.













