Viver perto da natureza na meia-idade ajuda a manter a mente saudável na velhice, revela pesquisa

Um estudo inovador liderado por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, revelou que morar perto de áreas verdes durante a meia-idade pode retardar o declínio cognitivo na velhice. Publicado recentemente na revista Environmental Health Perspective, o estudo aponta que a exposição a parques e espaços com muitas árvores é particularmente benéfica para pessoas que vivem em bairros pobres e densamente povoados, além daqueles que possuem o gene apoe, associado ao risco de Alzheimer.

Os resultados foram obtidos a partir de dados do Nurses’ Health Study (NHS), um estudo prospectivo iniciado em 1976 que examina doenças crônicas em mulheres ao longo do tempo. Os pesquisadores focaram em 16.962 enfermeiras com 70 anos ou mais, que participaram de um subestudo do NHS entre 1995 e 2001, com acompanhamento até 2008. A função cognitiva das participantes foi avaliada por meio de pesquisas telefônicas e os níveis de vegetação ao redor de suas residências foram medidos com imagens de satélite.

O estudo analisou a exposição à vegetação até nove anos antes do primeiro teste cognitivo, utilizando cinco avaliações administradas até quatro vezes ao longo de seis anos. Após ajustar fatores como idade e condições socioeconômicas, os pesquisadores descobriram que uma exposição média mais alta à vegetação durante a meia-idade estava associada a níveis mais altos de função cognitiva e a um declínio cognitivo mais lento. Especificamente, portadoras do gene apoe expostas à natureza apresentaram um declínio cognitivo três vezes mais lento em comparação àquelas sem o gene. O estudo é pioneiro ao explorar como diferentes características ambientais podem influenciar a relação entre natureza e cognição em portadores desse gene.

Medidas de prevenção

Considerando que sinais de Alzheimer e outras demências podem se manifestar até 20 anos antes dos sintomas mais comuns, como perda de memória e confusão mental, é crucial identificar as populações mais suscetíveis e as medidas protetoras que podem ser implementadas precocemente para prevenir ou retardar o comprometimento cognitivo.

Além disso, o estudo explorou o papel da saúde mental na relação entre exposição à natureza na meia-idade e cognição. Enquanto pesquisas anteriores sugeriram que pouco contato com vegetação poderia diminuir o funcionamento cognitivo por meio da depressão, os novos dados ampliam essa conexão, sugerindo que a vegetação pode influenciar o declínio cognitivo ao longo do tempo por meio da saúde mental.

Dicas para aproveitar as áreas verdes perto de casa

  • Caminhadas regulares: Realize caminhadas nos parques e praças. Essa atividade não só melhora a saúde física, mas também alivia o estresse e melhora a função cognitiva.
  • Meditação e mindfulness: Reserve um tempo para meditar ou praticar mindfulness em um local tranquilo do parque. O contato com a natureza pode aumentar a sensação de bem-estar e reduzir a ansiedade.
  • Leitura ao ar livre: Aproveite a leitura em um banco ou sob uma árvore. A luz natural e o ambiente sereno favorecem a concentração e proporcionam um momento relaxante.
  • Observação da natureza: Dedique um tempo para observar pássaros, plantas e outros elementos naturais. Essa atividade pode ser calmante e revitalizante para a mente, além de educativa.
  • Piqueniques em família: Organize piqueniques com familiares e amigos. Momentos de socialização em um ambiente natural podem melhorar o humor e fortalecer laços afetivos.

Essas atividades simples são altamente eficazes para promover a saúde mental e o bem-estar através do contato com a natureza.

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