Um estudo recente da Universidade Estadual da Pensilvânia, publicado na revista científica Aging Cell, sugere que a restrição calórica pode contribuir para a longevidade ao desacelerar o processo de envelhecimento genético. A pesquisa, que inicialmente foi conduzida em ratos, encontrou evidências de que reduzir a ingestão calórica pode retardar o encurtamento dos telômeros – estruturas protetoras localizadas nas extremidades dos cromossomos que, quando encurtadas, aceleram o envelhecimento e a morte celular.
Na fase inicial, foi observado que, em curto prazo, a restrição calórica nos ratos acelerou esse encurtamento. No entanto, após um ano, os resultados começaram a se inverter, mostrando uma desaceleração entre os animais que mantiveram a restrição calórica. Após dois anos, o grupo com a ingestão calórica reduzida apresentou uma taxa de envelhecimento celular inferior à do grupo de controle, que manteve uma dieta habitual.
Pesquisa com humanos
Seguindo os resultados obtidos em animais, a equipe estendeu a pesquisa para humanos, recrutando 175 participantes saudáveis, com idades entre 21 e 50 anos. Divididos em dois grupos, uma parte dos voluntários foi orientada a reduzir a ingestão calórica em 25% ao longo de dois anos, enquanto o grupo de controle manteve sua dieta regular. Todos os participantes realizaram atividades físicas moderadas por 30 minutos, cinco vezes por semana.
No primeiro ano de estudo, o grupo que adotou a restrição calórica apresentou perda de peso e uma aceleração temporária no encurtamento dos telômeros, similar ao observado nos ratos. No entanto, no segundo ano, essa taxa de encurtamento diminuiu significativamente, sugerindo uma desaceleração do envelhecimento celular. Essa mudança nos indicadores de envelhecimento genético reforça a hipótese de que a redução de calorias poderia impactar positivamente a longevidade.
As pesquisas apontam que o metabolismo celular parece desempenhar um papel crucial nesse processo. Ao consumir menos energia, as células geram menos resíduos metabólicos, o que reduz o estresse oxidativo – um dos fatores que podem danificar o DNA e acelerar o envelhecimento celular. “Quando as células consomem menos energia, o processo de decomposição é menos intenso”, sugere o estudo, destacando que, embora os resultados sejam promissores, mais pesquisas são necessárias para entender completamente os mecanismos envolvidos.