O CID M23 é o código que aparece no seu laudo médico quando os joelhos pedem socorro e já não aguentam mais o peso do dia a dia. Quem sofre com dores nessa articulação sabe que subir uma escada, caminhar até o ponto de ônibus ou ficar horas em pé no trabalho se torna uma missão quase impossível.
Se você está vivendo esse drama e precisa saber se tem direito de se afastar pelo INSS ou até mesmo se aposentar, este texto é para você. Vamos conversar sobre como provar que o seu joelho te impede de trabalhar e quais são os caminhos para conseguir o seu benefício com dignidade.
O que é CID M23?
Muitas pessoas chegam ao consultório perguntando cid m23 o que significa. Trocando em miúdos, estamos falando dos “Transtornos internos dos joelhos”.
Isso não é aquela dorzinha de batida que passa logo. Estamos falando de problemas sérios dentro da articulação, como meniscos rasgados e ligamentos frouxos.
O CID M23 é usado pelos médicos para dizer ao INSS que a “dobradiça” da sua perna está com defeito. E como o joelho carrega o peso do corpo inteiro, qualquer falha ali torna o trabalho pesado um risco enorme.
Diferente de uma dor muscular que melhora com descanso de dois dias, esse problema costuma ser mecânico. Ou seja, algo lá dentro quebrou, soltou ou está fora do lugar, causando travamentos e falseios que impedem você de confiar na própria perna.

Quando o menisco é o vilão
Dentro desse grupo de problemas, um dos mais comuns é quando o menisco se rompe. O médico pode especificar isso no laudo usando o código cid m23.2.
Isso acontece muito com quem trabalhou a vida toda agachando e levantando, como pedreiros, faxineiras e jardineiros.
Quando o menisco rasga, é como se tivesse uma pedrinha dentro do sapato, só que dentro do osso. Dói, estala e incha. Se o seu trabalho exige esforço físico, é impossível continuar sem tratamento.
Nesses casos, o afastamento não é luxo, é necessidade. Continuar forçando um joelho com CID M23 pode levar a uma cirurgia de emergência ou a uma prótese antes da hora.
Auxílio-doença: o tempo para consertar
Se o seu médico disse que você precisa parar para fazer fisioterapia ou cirurgia, você tem direito ao Auxílio por Incapacidade Temporária (antigo auxílio-doença).
Para isso, o atestado deve ter mais de 15 dias. O INSS entende que o CID M23 muitas vezes tem conserto. Você opera, faz o repouso, fortalece a perna e volta. Durante esse tempo, o governo paga seu salário para que você foque apenas na sua recuperação.
É fundamental levar para a perícia exames de imagem, como a Ressonância Magnética. O Raio-X muitas vezes não mostra os ligamentos e meniscos, então a Ressonância é a sua melhor amiga para provar o tamanho do estrago.
Aposentadoria por Invalidez: quando não tem mais jeito
Agora, a pergunta de ouro: o CID M23 aposenta de vez? A resposta é: depende da gravidade e da sua profissão. A Aposentadoria por Incapacidade Permanente é para quando não há mais o que fazer.
Se você já operou, já fez fisioterapia e o joelho continua instável, ou se você já tem uma idade avançada e o desgaste é irreversível, a chance aumenta. O perito vai analisar se existe alguma outra função que você possa fazer sentado.
Se a sua vida inteira foi no trabalho braçal e o joelho não permite mais isso, e você não tem escolaridade para mudar de função, a aposentadoria pode ser concedida. O laudo médico precisa ser muito claro sobre essa “impossibilidade de reabilitação”.
Comparando com outras dores
Para você entender como o INSS pensa, imagine que cada articulação tem sua importância. Assim como quem tem problemas no ombro com o CID M75.1 fica impedido de levantar os braços, quem tem problema no joelho fica impedido de se deslocar.
A diferença é que o ombro a gente poupa deixando o braço quieto, mas o joelho a gente usa só de ficar em pé. Por isso, a incapacidade gerada pelo CID M23 costuma ser muito evidente para trabalhadores que precisam caminhar ou carregar peso.
Detalhes que fazem a diferença no laudo

Na hora de pegar o papel com o médico, preste atenção. Às vezes o código vem escrito como cid 10 m23, que é a forma técnica completa. Verifique se ele descreveu os sintomas: “bloqueio articular”, “derrame articular” (água no joelho) e “instabilidade”.
Essas palavras mágicas ajudam o perito a entender que não é só dor, é falta de função. Se você usa bengala ou joelheira, vá com elas na perícia. Não tenha vergonha de mostrar a sua realidade e a sua dificuldade de locomoção.
Muitas pessoas pesquisam na internet por m23 cid achando que o código sozinho resolve tudo, mas o segredo está no “recheio” do laudo. Peça para o seu ortopedista caprichar na descrição do que você não consegue fazer.
Os seus direitos
Para fechar, guarde isso: o CID M23 é coisa séria. Se o joelho falha, a segurança no trabalho acaba. Você tem direito de se cuidar sem medo de passar fome.
Se for caso de cirurgia e recuperação, o auxílio-doença é seu. Se for caso de desgaste total sem volta, a luta pela aposentadoria é justa. Junte seus exames, organize sua papelada e não force uma perna que já não aguenta mais.
Sua saúde vale mais que qualquer emprego. O sistema existe para te amparar nessas horas. Tenha fé, cuide desse joelho e busque o que é seu por direito.













