CID F72: Guia Completo de Direitos Previdenciários, BPC/LOAS e Jurisprudência Atualizada

CID F72: Guia Completo de Direitos Previdenciários, BPC/LOAS e Jurisprudência Atualizada

CID F72

Cuidar de um familiar diagnosticado com CID F72 é uma missão que exige amor incondicional e uma força que muitas vezes a família nem sabia que tinha. A rotina é intensa, marcada pela necessidade de supervisão constante e pelo medo do futuro.

Em meio aos cuidados com a saúde, surge a preocupação financeira. Como garantir o sustento e a qualidade de vida de quem depende totalmente de terceiros? A boa notícia é que a lei brasileira oferece proteções específicas para essa situação.

Este guia foi feito para ser um abraço de orientação. Vamos explicar, sem palavras difíceis, quais são os direitos garantidos, como funciona o BPC/LOAS e o que fazer para que o INSS reconheça a gravidade desse quadro.

Entendendo o diagnóstico: o que diz o código CID F72?

Para começar, precisamos traduzir o que está no papel. O código CID F72 refere-se ao “Retardo Mental Grave”. Não é apenas uma dificuldade de aprendizado; é uma condição que limita profundamente a autonomia da pessoa.

Quem vive com essa condição geralmente tem um desenvolvimento motor comprometido e pouca ou nenhuma linguagem. Isso significa que a pessoa precisa de apoio para quase tudo: comer, tomar banho, se vestir e se proteger de perigos.

Para o INSS, entender essa dependência é a chave. O perito não vai olhar apenas para o nome da doença, mas para a incapacidade da pessoa de viver sozinha e trabalhar. É essa barreira que gera o direito.

CID F72

O BPC/LOAS: o principal aliado das famílias

A maioria das pessoas com CID F72 nunca conseguiu trabalhar ou contribuir para o INSS. Por isso, o benefício mais comum e importante para esse grupo é o BPC (Benefício de Prestação Continuada), previsto na LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social).

O BPC garante o pagamento de um salário mínimo mensal para pessoas com deficiência que não têm meios de se sustentar. Como o quadro aqui é severo, a deficiência é indiscutível. O desafio, geralmente, fica na comprovação da renda.

A regra básica diz que a renda por pessoa da família deve ser de até 1/4 do salário mínimo. Parece pouco, e é. Mas a justiça tem olhado para isso com mais humanidade, entendendo que os gastos com a saúde devem ser considerados.

As classificações médicas e o direito

No laudo, você pode encontrar termos variados. O médico pode escrever cid 10 f72, que é a classificação internacional padrão.

Outras vezes, o termo usado será CID Retardo mental grave. Em situações onde a avaliação é ainda mais criteriosa sobre a dependência, pode aparecer a descrição de CID retardo mental severo.

Não importa qual desses nomes esteja no papel; para a lei, todos indicam uma deficiência de longo prazo que gera barreiras plenas para a participação na sociedade. O INSS deve reconhecer que essa pessoa jamais poderá competir no mercado de trabalho em igualdade de condições.

Aposentadoria ou BPC? Qual o caminho certo?

Uma dúvida muito comum das famílias é se o portador de CID F72 pode se aposentar. A resposta depende do histórico da pessoa.

Se, por algum motivo, a pessoa conseguiu trabalhar por um tempo (talvez em uma função adaptada) e pagou o INSS, ela pode pedir a aposentadoria por invalidez ou a Aposentadoria da Pessoa com Deficiência.

Porém, se a pessoa nunca pagou o INSS, a pergunta “CID f72 tem direito a aposentadoria?” tem como resposta técnica o “não”. Mas isso não significa ficar sem nada. Nesse caso, o direito é ao BPC/LOAS, que é uma assistência e não uma aposentadoria, embora o valor seja o mesmo (um salário mínimo).

O “adicional de 25%”: quando se aplica?

Se o segurado conseguiu se aposentar por invalidez (porque contribuiu no passado) e precisa de assistência permanente de outra pessoa para as atividades básicas do dia a dia, ele tem direito a um acréscimo de 25% no valor do benefício.

Isso é chamado de “grande invalidez”. Como o portador de CID F72 necessita de vigilância e cuidados 24 horas por dia, esse adicional é quase certo nos casos de aposentadoria. Infelizmente, esse adicional não vale para quem recebe BPC/LOAS, apenas para aposentados.

O que a Justiça diz sobre a renda familiar?

Muitas vezes, o INSS nega o BPC dizendo que a renda da família ultrapassou o limite por poucos reais. É aqui que entra a “jurisprudência”, ou seja, as decisões dos juízes.

A Justiça entende que a “miserabilidade” não é apenas matemática. Se a família ganha um pouco mais que o limite, mas gasta muito com fraldas, remédios, terapias e alimentação especial para a pessoa com CID F72, o juiz pode mandar o INSS pagar o benefício.

Por isso, é vital guardar todas as notas fiscais de gastos com a saúde. Elas são a prova de que a renda da família está comprometida com o cuidado do deficiente.

Documentação: como preparar um processo imbatível

O segredo para não ter dor de cabeça é a documentação. O laudo médico deve ser atualizado e, de preferência, emitido por um psiquiatra ou neurologista do SUS.

O laudo precisa ter o CID, mas também precisa contar a história da dificuldade. Peça ao médico para escrever frases como: “dependente para higiene pessoal”, “não tem noção de perigo”, “necessita de curatela”.

Além disso, mantenha o Cadastro Único (CadÚnico) sempre atualizado no CRAS. Se houver divergência entre o que você diz e o que está no cadastro, o CID F72 não será suficiente para garantir o pagamento.

O papel dos profissionais na sua luta

CID F72

Às vezes, mesmo com tudo certo, o sistema falha. O INSS pode negar o pedido alegando falta de documentos ou renda alta. O sentimento de injustiça é enorme.

Nesses momentos, não tente resolver tudo sozinho se sentir que a burocracia é grande demais. Advogados especialistas em previdência conhecem os atalhos legais e sabem como apresentar a realidade social da família para o juiz, garantindo que o direito não seja ignorado.

Informação é a sua maior arma

Aqui no B50, nosso objetivo é traduzir a lei para a sua vida. Sabemos que lidar com diagnósticos difíceis já consome muita energia.

Saber que o CID F72 garante proteção social é o primeiro passo para buscar dignidade. Não deixe de lutar. Se o INSS negou, recorra. Se a renda parece alta, prove os gastos.

O benefício não é um favor do governo. É um direito de quem enfrenta barreiras gigantescas todos os dias. Com a informação certa e os documentos organizados, você consegue garantir o amparo que o seu familiar tanto precisa e merece.

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